Naturalmente Bonita

Mês do Orgulho LGBTQIAP+ : Como Fazer Minha Parte?

26.jun.2020

Junho é o mês do Orgulho LGBTQIAP+ e, mais especificamente, no dia 28 desse mês é celebrado o Dia do Orgulho, em memória ao levante contra a perseguição policial às pessoas LGBTQIAP+ ocorrido em Nova Iorque no ano de 1969, no bar Stonewall Inn, que até hoje é simbolo de resistência e enfrentamento para a comunidade.

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A memória da luta travada em nome dos corpos alheios ao padrão hétero e cisnormativo também impulsionou a criação de movimentos públicos como a Parada do Orgulho, que acontece anualmente em diversos lugares do mundo.

Falar de orgulho muitas vezes é também falar de dor, de uma história constante de luta e invisibilidade mesmo dentro de uma comunidade tão colorida, por isso o post de hoje cumpre uma função didática e convida você a se perceber enquanto potência transformadora de uma realidade violenta desde o simbólico até o físico.

As construções antilgbtfóbicas precisam ser alinhadas ao seu cotidiano de forma efetiva e continuada, pensando que não somente a sua visão de mundo pode ser ampliada e enriquecida, mas que outros corpos possam ser assegurados do direito ao amor, à empregabilidade, à saúde emocional e, imprescindivelmente, à VIDA.

ATENÇÃO À FALA

Entender que somos ensinados a partir de um olhar patriarcal e heteronormativo nos faz perceber que muito do que falamos está atrelado a pensamentos ofensivos para diversas comunidades, inclusive a LGBTQIAP+, e essa é a grande chave para promover diálogos mais saudáveis e conscientes.

O despertar para a consciência precisa ser iniciado e desenvolvido de você para você. Apesar de todo o conhecimento, das falas e das escutas que existem ao longo do processo, você é o agente responsável por identificar e desraizar a sua fala lbgtfóbica.

“Piadas” sobre sexualidade, ridicularização de identidade de gênero, xingamentos repercutidos por décadas, associações a papeis sociais estereotipados e muito mais, são violências que você pode parar somente reavaliando a sua fala, pensando no que provoca o seu riso e o tanto que isso traz de uma carga problemática à vida de outras pessoas.

NOMEAR É TAMBÉM RECONHECER A EXISTÊNCIA

Uma outra forma de pensar em ações antilgbtfóbicas é compreender a necessidade de uma sigla cada vez maior e repensada constantemente para, de fato, representar a comunidade inteira. Em um cenário de lgbtfobia onde a violência simbólica parte do pressuposto da inexistência de determinadas perspectivas, como a vida trans, por exemplo, é fundamental que esta sigla seja entendida em sua totalidade: Lésbicas – Gays – Bissexuais – Transsexuais e Travestis – Queer – Intersex – Assexuais – Pansexuais+.

Além disso, ouvir e impulsionar as narrativas de todas as letras dessa sigla pode significar a desconstrução de uma ideia estereotipada e ofensiva.

LEMBRE DESSE PONTO ANTES DE DIZER OU PENSAR EM FRASES COMO: “Bissexual é indeciso, não sabe o que quer”, “Todo gay quer ser mulher”, “Mas não era menina? agora é menino?”, “Você é tão feminina pra ser lésbica”…

ORIENTAÇÃO SEXUAL É DIFERENTE DE IDENTIDADE DE GÊNERO

A comunidade LGBTQIAP+ reúne, articula e posiciona diversas representações que fogem aos padrões hétero e cisnormativos, mas não estamos falando único e exclusivamente de relacionamentos ou atrações. Distante da ideia ignorante e extremamente violenta de que, por exemplo, a transsexualidade é uma orientação sexual, existem as múltiplas formas de ser e existir que podem ou não estar pautadas em binariedade inclusive.

Orientação sexual fala sobre os seus desejos sejam eles românticos ou sexuais e dentro deste espectro podemos identificar pessoas lésbicas, gays, bissexuais e pansexuais, exemplificando. Enquanto a identidade de gênero, como o próprio nome já sugere, fala sobre como você se reconhece em relação ao gênero, seja essa identidade cisgênera, quando você se identifica com o “atribuído ao nascer”, ou transgênera, quando não se identifica.

Entendida a diferença, você vai perceber que uma instância não anula a outra. É por isso que não existe confusão alguma em uma mulher trans que se relaciona com outras mulheres, tendo em vista que ela pode ser ainda uma mulher bissexual, lésbica ou pansexual.

CONSUMIR, VALIDAR E FINANCIAR

As estratégias de difusão representam outra forma de efetivar ações antilgbtfobicas. É preciso consumir o conteúdo, ler e ouvir sobre as vivências, comprar e investir em pessoas LGBTQIAP+ para que a comunidade tenha também possibilidades de acesso, voz ampliada, narrativas validadas e autonomia financeira para sobreviver de uma forma saudável tal qual é o direito de todo indivíduo em sua humanidade.

Espero que esse texto possa contribuir com uma autoanalise e que você consiga compartilhar os efeitos dele por mais e mais pessoas ao seu redor.

Que não somente no mês de junho a nossa comunidade possa existir, viver e ser lembrada com sua dignidade assegurada, afinal de contas, temos muitas cores para celebrar!

Joicy Eleiny

Joicy Eleiny, pernambucana nascida no interior e morando na capital. 21 anos, mulher negra, crespa e LGBT compartilhando empoderamento e provocando discussões acerca de suas lutas principalmente atra...

Dia da Mulher: Vamos Falar Sobre a Rivalidade Feminina?

8.mar.2019

Já estamos em 2019 e cada vez mais vemos os direitos da mulher sendo pauta de pesquisas. Estudos pra mudar o cenário estão sendo feitos e empresas estão criando espaços de poder para a ocupação feminina em cargos importantes. O lugar da mulher é onde ela quiser não poderia ser mais palpável. E nós ainda fazemos fofoca, culpando outras mulheres por tudo e nos comportando de forma desunida!

dia internacional da mulher

Precisamos parar de julgar, comentar e avaliar o corpo das outras mulheres. Precisamos rever se é preciso criticar a roupa da sua amiga, o peso da sua filha ou a forma como a sua vizinha se comporta. Somos muito rígidas entre nós e é difícil para caramba construir uma boa autoestima quando temos tanto medo do julgamento das outras pessoas. Mas a verdade é: temos medo de que o outro nos julgue como julgamos outros. Somos muito exigentes com outras mulheres. Por isso quis trazer esse tema.

No Dia Internacional da Mulher não dê uma flor ou um presente qualquer. Dê um abraço, um ombro de apoio, estimule o crescimento das outras mulheres ao seu redor.

A rivalidade feminina nada mais é do que um mecanismo para nos controlar. É tão enraizado que a gente não nota! Nos julgando temos medo da opinião da outra pessoa, nos cerceamos e nos controlamos, assim, deixamos todas as mulheres inseguras e dentro de uma caixinha. Se não precisamos obedecer a um único padrão de beleza ou comportamento, nos tornamos mais próximas de sermos livres pra sermos quem somos de verdade. Pra sermos mais felizes conosco, independente da opinião das outras pessoas.

Precisamos aceitar o fato de que existe diversidade e sermos diferentes é o que nos torna únicas. Não é à toa que esse time de embaixadoras da Bio Extratus está sempre crescendo em diversidade e opções.

Não estamos aqui para competir, nem para rivalizar. Estamos aqui para somar e trazer para vocês as mais diferentes formas de olhar para si e para os seus cabelos.

Cada uma de nós têm uma essência e uma verdade única, e quanto menos rígidas somos sobre as crenças que a sociedade nos ensina, mais conseguimos nos conectar com essa parte de nós e preencher nossas lacunas e vazios com o que nosso coração realmente demanda. Então, a fofoca, a competição entre mulheres e o medo do julgamento só nos limita, pois nos dá medo de nos expressarmos como somos.

Por isso, nesse dia, se dê se presente uma flexibilização do olhar.

Já elogiou sua mãe, irmã ou amiga hoje? Que tal resgatarmos esse movimento aqui?

Precisamos aprender a nos julgar menos e, com essa flexibilidade, julgar menos as outras mulheres. Não critique o corpo da outra mulher, você não gostaria que criticassem o seu. Não cobre dela uma perfeição que nem mesmo você consegue ter. Não diminua ou ridicularize outra mulher só porque você não a entende. Perceba que pessoas diferentes têm suas histórias. Quando você entende que não precisamos ser todas iguais, com mesmo corpo, carreira, cabelo, comportamento ou nariz, fica mais fácil ter empatia.

Quase todas fomos criadas – ainda que inconscientemente – para competirmos entre nós! Que esse dia seja importante para lembrarmos que não precisa ser assim. O que a gente não nota é que essa competição nos leva ao péssimo hábito da comparação e essa é, pra muitas, a maior inimiga de uma boa autoestima. Quando nos comparamos menos, focamos mais em nós, investimos nosso tempo nos nossos meus projetos e assim fazemos nossa vida acontecer!

Rivalidade feminina e fofoca vendem revista e geram cliques. O mercado pode não estar interessado em acabar com isso, mas nós podemos estar! Não caia nesse jogo, não entre nessa pilha, sempre que o foco for uma fofoca ou um julgamento referente a outra mulher, repense seu papel nessa conversa. Busque entender o que te irrita nela a ponto de você perder seu tempo falando nisso. As vezes vamos descobrir que a outra mulher não está ligando para o que pensam. Ela apenas está sendo livre ou agindo conforte suas próprias vontades, sem medo de ser feliz.

Se for isso, que mal tem?

Julgue menos, encare a vida de uma forma mais flexível, entenda que a beleza está na diversidade, que existem vários tipos de talentos, que a inteligência tem várias formas. Quanto mais amoroso, compreensivo e acolhedor for seu olhar com a outra mulher, mais acolhedor ele será com você mesma. Quanto menos você julgar, menos medo você terá de ser julgada.

Nos criaram dizendo que fofoca está no nosso DNA… Não acho que seja verdade! Só fomos educadas numa sociedade onde mulheres falando da vida de outras mulheres é normal. Naturalizamos um julgamento que depois só vem a nos limitar, porque a liberdade do outro só nos incomoda quando a gente não está podendo ser a gente mesma!

Acho que podemos aproveitar o Dia Internacional da Mulher para pensar sobre isso! Porque esse papo de rivalidade feminina é só mais uma forma de nos controlar e nos impedir de sermos livremente do nosso jeito, amando a nossa natureza como ela é.

Joana Cannabrava

Carioca solteira no Rio de Janeiro, libriana, viciada em produtos de cabelo, e blogueira do Futilidades. Fala principalmente de ...

Por que é importante amarmos nossa natureza?

15.ago.2018

Nesse mês de agosto foi lançada a campanha “Ame sua Natureza”, de Bio Extratus. Eu tenho o prazer de ser embaixadora digital da marca desde 2016, por conta de um Reality Show que mudou 100% minha carreira profissional e minha forma como enxergar o meu blog. Desde que entrei pro time, percebi uma sinergia incrível entre as participantes, além de uma abertura da marca para conhecermos os produtos e contarmos realmente nossa opinião sobre cada um deles. É um grande prazer fazer parte disso tudo, mas a nova campanha me trouxe uma felicidade maior e hoje vou explicar o por quê.

Eu sempre discuti muito sobre autoestima no meu blog e nas minhas redes sociais. Sempre militei muito na desconstrução dos padrões de beleza e no enaltecimento da mulher real, que respeita sua essência, seu corpo, seu cabelo, suas vontades. Pra mim é um grande privilégio ter ao meu lado uma marca que também ajuda na autoestima de mulheres de todo país, levando produtos de qualidade, não testados em animais, pensando na natureza e no meio ambiente. Quando recebi a proposta da nova campanha, meu coração acelerou em um grau que nem eu imaginava.

“Amar sua natureza”, pra mim, possui um sentido que vai além do literal: de amar quem nós somos. É aceitar as nossas diferenças, entender que somos únicos, amar e cuidar de quem nós realmente somos. É também reconhecer os nossos limites e não nos forçarmos a fazer nada que nos deixe pra baixo ou que não demos conta. É nos colocar como prioridade no quesito amor, para assim amarmos o próximo. É entendermos que autoestima vai além da aparência física, englobando também o se sentir útil, sadio, apto a fazer parte do meio.

Quando amamos nossa natureza, conseguimos passar adiante uma mensagem de liberdade e de felicidade que jamais imaginamos. E isso tudo acaba contagiando outras mulheres a fazerem o mesmo, se libertando de amarras antiquadas que nos foram impostas durante anos. E ai, você já amou sua natureza hoje?

Ana Luiza Palhares

Sempre muito comunicativa, Ana Luiza nunca teve vergonha de mostrar quem é e o que pensa. Adora escrever textos sobre moda inclusiva e empoderamento feminino, hoje produz looks do dia plus size, rese...

Meu pai & o maior trauma da minha vida

7.ago.2018

Dizem que toda garota tem uma relação de verdadeira adoração com o pai. Sei lá se esse é um padrão, mas só sei que, para mim, fez todo sentido. Segundo minha mãe leonina, eu sempre idolatrei ele. Não sei se ela falou por ciúmes ou se era pura verdade, mas só sei que uma das primeiras lembranças que eu tenho da minha infância é de quando eu passei pelo maior trauma da minha vida – e ele foi o culpado.

Imaginem vocês que, desde que eu me entendia por gente, meu pai tinha bigode. Não era barba ralinha, não era um bigode qualquer, era um senhor bigode, farto, imponente, que se encaixava perfeitamente em cima de sua boca e que ele cultivava com muito afinco. Na minha cabeça de criança de 3 a 4 anos, eu tinha certeza que o barbeador que ele usava quase todas as manhãs não tinha como atingir o bigode. Achava que ele só era feito para deixar o rosto lisinho e não fazia ideia do poder que eles tinham sobre pelos mais longos. Tudo bem que naquela época eu nem entendia direito para que o barbeador servia, mas tudo fez sentido em uma fatídica manhã de ferias.

Estávamos em uma casa de praia, quando de repente vejo uma pessoa de bermuda vermelha descendo o caminho de pedras que saía da parte de trás da casa. Um homem com a altura do meu pai, com o porte do meu pai, que andava como meu pai, mas que não era meu pai. Ele veio se aproximando de braços abertos e quando chegou perto de mim, falou: “gostou, filha??”. FILHA?? Claro que aquele cara que estava ali não era meu pai!! Aquele dali com certeza era um impostor que estava tentando me enganar. Eu não sou uma pessoa muito dramática, mas meu choque com aquela mudança drástica foi tão grande que eu passei umas 2 horas chorando e sem coragem de olhar para ele. Dica para pais de primeira viagem: nunca façam uma mudança tão drástica desse jeito em uma idade que seu filho já consegue entender as coisas.

Me senti traída naquele dia que ele simplesmente entrou na casa e tirou o que eu considerava o maior símbolo de quem ele era, sem me preparar para isso. O trauma foi tão grande que por muitos anos (eu disse ANOS) o assunto bigode era tabu na minha casa. Eu não queria saber quais motivos o levaram a cometer tamanha agressão com a sua imagem. Aliás, nutri um gosto por homens sem nenhum pelo facial, contrariando a maior parte das minhas amigas que acham barba a característica mais sexy em um homem. Eu justifico minha escolha dizendo que barba incomoda, espeta e arranha, mas para ser muito sincera, acho que eu tenho mesmo é medo de me acostumar com aquele homem e, de repente, ele virar outra pessoa completamente diferente ao se barbear.

Exatos 28 anos se passaram e ele nunca mais voltou a ter bigode. Hoje eu acho graça de pensar que em algum momento da minha vida eu considerava aquele adorno com um símbolo de quem ele era. Recentemente, quando fiquei sabendo do lançamento da linha Homem com produtos para cabelo e barba, até tentei convencê-lo a voltar para o visual dos anos 90, mas ele preferiu experimentar os produtos (inclusive, sem nenhuma surpresa, o Pós-Barba é o preferido dele hehe) e sabe o que ele me respondeu? “Você acha que eu vou fazer você passar por aquele desespero todo novamente? Nunca!” Realmente, meu pai é meu herói. <3

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Feliz Dia dos Pais, pai!

 

Carla Paredes

Carioca morando em Nova York, mãe do Arthur e blogueira do Futilidades. Fala principalmente de moda, beleza e autoestima, sempr...

#PicnicDoPapo em NY e um papo sobre reinventar-se

30.jul.2018

Quem costuma ler o que eu ou a Jô escrevemos aqui no Naturalmente Bonita provavelmente já cruzou com algum post onde falamos do #picnicdopapo que fazemos por aí. Foi uma ideia que tivemos para trazer o ambiente de troca, conversa e apoio mútuo que temos online no #paposobreautoestima para o offline e a coisa foi tomando proporções que nunca imaginamos. Ficou tão grande que no começo desse mês fizemos nossa segunda edição lá em NY.

Engraçado pensar que todas as ferramentas de métricas que temos acesso mostram que nossos números fora do Brasil não são grandes. No instagram, por exemplo, de 130 mil seguidoras, temos pouco mais de 1000 mulheres que moram nos Estados Unidos. Por isso mesmo, fiquei espantada de ver que consegui reunir quase 30 mulheres no último piquenique.

E querem saber um dos principais assuntos que a gente aborda ao reunir tantas brasileiras morando no exterior? Reinvenção. A parte de amizades e família, por exemplo, apesar de ser difícil lidar com a saudade, é mais fácil de resolver. Não precisamos nos reinventar e os amigos que chegam nessa nova vida só vêm para somar. De resto, a gente pode fazer ligação pela internet, chamada de vídeo, vemos fotos postadas no instagram toda hora, nos stories conseguimos acompanhar a rotina de muitos. E, apesar de bater a saudade e dar aquela vontade de pegar o primeiro avião, é mais fácil a gente achar que está perto, mesmo estando longe.

Só que, quando o assunto é reinventar-se profissionalmente, o bicho pega e a coisa muda de figura. A grande maioria – e eu estou nessa contagem – foi morar fora porque o marido recebeu alguma proposta de trabalho. E quase todas largaram tudo que tinham no Brasil para acompanhá-los.

Muitas não têm o visto que as permite trabalhar. Outras não têm como transferir suas licenças. Mas o que acontece é que, por algum tempo, a maioria passa a ser uma extensão do marido. “Oi, tudo bem, eu sou fulana, mulher do sicrano.” E por mais que a gente saiba que somos muito mais que mulheres de alguém, recomeçar do zero é difícil. E recomeçar do zero em um lugar com outra língua e outra cultura é mais difícil ainda.

Mas é nessas horas que a gente se redescobre. Como somos poderosas e resilientes. Vi mulher que resolveu apostar suas fichas em habilidades que estavam adormecidas e descobriu que podia ganhar dinheiro com aquilo que ela é boa e lhe dá prazer. Vi mulher que largou todos os clientes que ela tinha como freelancer no Brasil para se dedicar ao blog, que até então era um hobby, e hoje tem um dos sites mais bacanas com conteúdo para NY. Vi mulher que criou seus próprios negócios do zero e hoje tem escolas e lojas bacanas pela cidade. E também vi mulheres que se divorciaram mas, ao invés de voltar para o Brasil, resolveram continuar tentando a vida lá e se reinventaram completamente. Teve até quem se mudou para lá para trabalhar e, no meio do caminho, se casou, teve filho, se descobriu como mãe e mudou a forma de trabalho para conseguir ter mais tempo livre e flexível para a família.

No final daquela tarde, percebi que todas ali tinham uma história de reinvenção para contar, cada uma com suas particularidades e vitórias, o que me deixou realmente tocada. É engraçado pensar como tantas histórias diferentes podem ter tantos pontos em comum. E é tão bom ver que como conversar com outras pessoas que estão no mesmo barco que você pode nos ajudar a enxergar nosso valor.

 

Carla Paredes

Carioca morando em Nova York, mãe do Arthur e blogueira do Futilidades. Fala principalmente de moda, beleza e autoestima, sempr...

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